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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PEDRO FERNANDO LIGIERO
( BRASIL – RIO DE JANEIRO )

 

Nasceu em Comendador Venâncio, então Estação da Lage, no município de Itaperuna – RJ, a 16 de dezembro de 1927, onde viveu a infância e cursou as primeiras letras no Grupo Escolar local.
Teve por primeira profissão a de bancário, que exerceu até sua investidura como Juiz de Direito, intercalando com a de futebol, esta durante o biênio 48/49, como profissional do Canto do Rio Futebol Clube de Regatas do Flamengo, na cidade do Rio de Janeiro.
Juiz de Direito por concurso público, turma Garcez Neto, empossado a 24 de abril de 1968, e atual titular da 22ª. Vara Cível.
Produção poética recente...

Falecimento em 7 de outubro de 2014.  

 

A TOGA E LIRA: coletânea poética. Abeylard Pereira Gomes ...
et al.: apresentação por Fernando Pinto.   Rio de Janeiro: Record, 1985.  224 p.                      Ex. doação do livreiro BRITO, Brasília



TRISTEZA E ALEGRIA NA VIDA E NA MORTE

O amor é vida
é também morte.

                                                    A vida é ao mesmo tempo
morte e amor.

Precisamos ser sensíveis
à tristeza e à alegria.

 

       Ah! Se eu morresse neste momento?
Que me importaria morrer nesta hora?
Que emoção, que amor, que sentimento?
Que recordações, que alegrias, levaria agora?

Saudades de um passado? Ausência?
Lembranças de um grande amor? Imenso!
Tristeza! Alegria! Que pensamento?
Ou simples dor de uma última violência?

Que me importaria morrer agora?
Mostrar um corpo nu, inerte, o doído ser.
Da luta renhida, muito embora
Livre a alma, mas em chagas pelo “não te ter”.

Que me traria esse breve momento?
Que visão da vida, no último alento?
Constante desejo d´um viver amante?
Que chama, no fim, a arder por dentro?

Não sei. Não sei. Não sei.
Talvez esta luz: busquei.
Em vão eu quis. Amei.
Para ser feliz, tentei.


     
MÃE
 (post mortem)

Eu te sinto. Carinhosa, afagas meus cabelos.
E me cuidas. E me olhas com esse olhar intenso!
Que coisa no mundo iguala tantos desvelos?
Como esquecer-te? Teus gestos; teu amor imenso!

Tu estás aqui. Bem ao meu lado. Estou sereno.
És tudo. Meu porto, minha luz, minha segurança.
Olha! Não te importa isto: sou ainda pequeno!
Mas idoso, forte ou fraco, apenas serei “tua criança”.

Te amo. Não consigo medir quanto te quero!
Mas tu compreenderás pelo que te venero
Porque podes por inteiro me entender.

Também sei que sou o teu mundo — o teu tesouro
E que nenhuma joia, nem pérola, ne ouro
Se igualam, no universo ao teu querer.


A CHUVA

     Chove! A natureza está triste agora.
São gotas de lágrimas que para todos chora,
São saudades dos olhos negos que bem entendo,
E mesmo que distante, ao longe, compreendo.

Onde estarás no meu momento de solidão?
Por onde vagueia tua alma? E a tua vida?
Em que pensas? No que estás comprometida?
Por que amores soluçará o teu coração?

Chove? As gotas são das dores da natureza.
Há melancolia. Saudades. Frio. Também tristeza.
Em que meditas nestes perdidos momentos?

Estou só. A chuva me agasalha. É tua candura.
Cada gota fina me recorda uma ternura.
E, mesmo de longe, a comunhão dos sentimentos.

(1982)

*

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Página publicada em julho de 2023


 

 

 
 
 
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